Atualmente, os problemas respiratórios na infância estão cada vez mais freqüentes. O que pouca gente sabe é da relação desses problemas, principalmente nas crianças que respiram constantemente pela boca, com os problemas ortodônticos, a chamada má oclusão dentária.
A respiração bucal, hoje, pelo conjunto de sinais e sintomas associados a ela, é conhecida como a Síndrome do Respirador Bucal.
Quando a criança passa a respirar pela boca, várias alterações começam a ocorrer:
- Passa a manter a boca aberta a maior parte do tempo
- A língua passa a ficar mais baixa, junto ao assoalho da boca, em contato apenas com os dentes inferiores
- A criança, para facilitar a respiração bucal, projeta a cabeça para a frente, esticando o pescoço, mudando a postura da coluna cervical
Essas alterações, junto com a inversão da passagem do ar (o ar passa a entrar e sair pela boca e não pelo nariz) aos poucos vão trazendo alterações para os ossos maxilares, para as arcadas dentárias e para o posicionamento correto dos dentes.
As principais alterações que vemos são o céu da boca alto e estreito, as mordidas cruzadas (quando os dentes de cima encaixam por dentro e os de baixo por fora) que podem ser uni ou bilaterais, as mordidas abertas (quando os dentes da frente não se tocam, ficando um espaço entre eles).
Aparecem também os apinhamentos dentários (pela falta de espaço os dentes ficam amontoados) e as retrusões mandibulares (falta de crescimento da mandíbula, o osso onde ficam os dentes de baixo, deixando um espaço horizontal grande entre os dentes anteriores de cima e os de baixo).
As causas principais do aparecimento da respiração bucal são as obstruções das vias aéreas superiores, e podem ser devido à obstruções nasais por alergias (rinites e rinossinusites),
hipertrofia de cornetos, desvio de septo, e adenóide e amígdalas aumentadas.
O respirador bucal além das características descritas acima ainda apresenta uma face característica, com nariz estreito, narinas afiladas, lábio superior curto, boca entreaberta e olheiras acentuadas.
Crianças com esse problema também podem apresentar baixo rendimento escolar, serem irriquietas e sonolentas, além de apresentar cansaço intenso com pequeno esforço físico,. Além disso, ela ronca e baba a noite e pode apresentar apnéia do sono, ainda na infância.
O problema é sério, e para o tratamento vários profissionais devem ser envolvidos. Em geral, o tratamento da respiração bucal envolve os médicos,principalmente o otorrinolaringologista, que vai tratar as causas da obstrução nasal, o Ortodontista ou Ortopedista dos maxilares que vai atuar nas seqüelas bucais da respiração bucal, corrigindo os dentes e arcadas dentárias, bem como Fonoaudióloga e Fisioterapeuta.
Como toda alteração que envolve o crescimento e desenvolvimento dos ossos maxilares e arcadas dentárias, o tratamento ortodôntico das seqüelas da respiração bucal deve ser o mais precoce possível, mesmo enquanto a criança ainda tem os dentes de leite, para que essas alterações não se perpetuem durante o crescimento da criança, tornando mais difícil seu tratamento no futuro.
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